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sexta-feira, 25 de março de 2011

A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE LÚDICA PARA A CRIANÇA EM IDADE ESCOLAR




A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE LÚDICA PARA A CRIANÇA EM IDADE ESCOLAR

Érica Maria Silva Montenegro de Mélo



Quem trabalha com crianças sabe da necessidade de engajar o lúdico nas atividades cotidianas infantis. O lúdico é capaz de desenvolver aspectos essenciais para a vida da criança tais como a capacidade de cooperar, aguardar sua vez e apreciar a presença do outro em seu meio social. A expressão corporal proporciona alegria e bem estar, bem como favorece a aprendizagem dos conteúdos trabalhados no currículo escolar. Através do movimento do corpo por meio de esportes, jogos de mesa, brinquedos cantados ou dramatizados e de quaisquer outras maneiras de integrar corpo e mente, a pessoa libera o fenômeno lúdico, sendo este presente em todas as idades e fases pelas quais passa o ser humano.
No contexto social que envolve a escola e a família como principais ambientes onde a criança tem se desenvolvido, é importante que os professores reconheçam o valor dos jogos, e da recreação para o desenvolvimento das suas crianças. Brincando, o ser humano tem a oportunidade de expandir-se e de liberar seus impulsos físicos, mentais e emocionais, além de descobrir e valorizar seu potencial. A recreação torna-se assim um instrumento de trabalho adequado a qualquer faixa etária e que vem sendo cada vez mais apreciado no mundo inteiro.
Baseado nos estudos sobre a brincadeira como ferramenta na sala de aula, Japiassu (2004) verificou que a partir dos séculos XVII e XIX as pedagogias difundidas por Rousseau e Froebel deram base para que se construíssem atividades educativas baseadas no lúdico, considerando-o instrumento indispensável às práticas de educação de crianças. No decorrer da história, outros nomes como Piaget, Wallon, Vygotsky e mais recentemente a professora da USP Kishimoto (o mais citado nome da atualidade), têm contribuído com seu trabalho no que diz respeito à conscientização sobre importância do brincar para a aprendizagem e desenvolvimento infantis.
Faz-se necessário distinguir elementos funda,mentais que permeiam o trabalho com o lúdico em grupos de crianças. O brincar acontece no momento em que o brinquedo está sendo explorado pela pessoa, desse modo, pesquisas revelaram que a criança nasce sabendo brincar, fator este comprovado, por exemplo, pelo riso solto no momento em que ela percebe seu corpo, mais especificamente quando faz de seus pés um brinquedo. Em contrapartida, comprovou-se que as brincadeiras são aprendidas enquanto a criança se desenvolve, são permeadas por regras sociais rigidamente respeitadas pelas crianças. Um bom exemplo disso aparece na famosa brincadeira de casinha onde é sempre a mãe quem dá as ordens, coincidindo com a realidade social vivenciada pela grande maioria das crianças. Compreendemos, portanto, que ela não nasce conhecendo as brincadeiras do mundo que lhe circunda, mas vai aprendendo-as enquanto convive com outras pessoas, afinal, como coloca Friedmann (1992 p. 100), “o brincar infantil é uma atividade social, interativa e cultural”. Já o brinquedo é o material explorado na brincadeira e que propicia o brincar. Há uma grande variedade de brinquedos espalhados pelo mundo que circunda a criança em idade escolar, pois tudo o que lhe desperta curiosidade e prazer pode vir a tornar-se um brinquedo em suas mãos. Esses brinquedos podem ser industrializados ou simplesmente reinventados através de objetos comuns encontrados abundantemente em seu meio social. Qualquer pedaço de madeira vira um carro se amarramos um cordão, uma garrafa vazia pode virar uma bola e assim sucessivamente. Tudo vira brinquedo e proporciona uma brincadeira e um brincar livre das imposições dos adultos. Pelo contrário, elas mesmas criam o “pode” e “não pode” em suas brincadeiras, claro que muitas vezes imitam a realidade e copiam as regras sociais nela exploradas, mas as mesmas não vêm a ser um fator que impeça o tipo de brincadeira que desejam realizar.
É necessário incorporar o lúdico no cotidiano escolar, como forma de trazer a realidade vivenciada no mundo infantil como ponto de partida para a o desenvolvimento infantil, seja em seu lado cognitivo ou nos aspectos diretamente ligados aos fatores emocionais.


REFERÊNCIAS:
1. FRIEDMANN, Adriana et al. O Direito de brincar: a brinquedoteca. São Paulo, Scritta - ABRINQ, 1992.
2. JAPIASSU, Ricardo Ottoni Vaz. O faz de conta e a criança em idade pré-escolar. Disponível na internet: http://www.educacaoonline.pro.br. Acesso – 20/01/2004.
3. MATTOS, Elizete de Lourdes. Brincando e aprendendo: O resgate do lúdico no desenvolvimento biopsicossocial das crianças. Ed. Vale das Letras, Santa Catarina, sem data.

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