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sexta-feira, 27 de novembro de 2009




Recebi do meu amigo Avellar... Depois do sumiço do meu gato, na semana passada, passei a ter ainda mais certeza de que há animais que são parte doq ue é melhor de nossas vidas. O meu é...



ÓLEO DE FÍGADO DE BACALHAU PARA O CACHORRO


Um homem começou a dar doses maciças de óleo de
fígado de bacalhau a seu dobberman, porque
ouvira dizer que fazia bem aos cães. Todo dia,
segurava entre os joelhos a cabeça do cachorro,
que sempre reclamava, abria à força suas
mandíbulas e despejava-lhe o líquido goela abaixo.

Um dia o cachorro soltou-se e derramou o óleo no
chão. Então, para a grande surpresa do dono,
voltou para lamber a colher. Foi aí que o homem
descobriu que o cachorro não reclamava do óleo e
sim do método de ministrá-lo.


(do livro "O Enigma do Iluminado", Edições Loyola)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009



Há pouco li em meus e-mails mais uma agradável mensagem recebida do meu amigo Avellar, aquele que sempre nos manda algo interessante para pensarmos... Resolvi dividir com vcs, pois achei muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito legal! Beijos para todos!


UM OÁSIS NO DESERTO


Aconteceu no Rio, pelo que ouvi falar. Um garoto aparentando
ter uns 19 anos resolveu improvisar um pocket show usando
uma esquina da cidade como palco: a cada vez que o semáforo
fechava, ele se posicionava na frente dos carros e tocava
saxofone por um minuto. Aí o sinal abria e ele voltava para
a calçada. Não era malabarismo para garantir uns trocados.
Ele fez isso por... Sei lá, sugira você uma razão: farra,
vaidade, benemerência, esperança de cruzar com um produtor
musical? O que importa é que fez, e o curioso é que assim
que o sinal abria, os motoristas custavam a arrancar seus
carros, perdiam a pressa. Haviam deparado com um pequeno
oásis em meio ao caos.

Cheguei do Marrocos há pouco, como comentei na coluna de
quarta passada. Um país encantador, com uma biodiversidade
de tirar o fôlego. Cruzei a árida cordilheira Atlas,
percorri uma pequena trilha que já fez parte do Paris-Dacar
e cheguei a dormir uma noite num acampamento de tuaregues em
pleno deserto: tudo estupendo, mas seco. Ainda assim,
engolindo areia, fui surpreendida várias vezes por alguns
oásis que quebravam o jejum. Fazia-se uma curva na estrada e
de repente se vislumbrava um conjunto de palmeiras verdes,
tão verdes que pareciam pinceladas à mão. De onde brotavam,
de que solo fértil, de que estúdio cenográfico? Pareciam
miragens.

Aterrissei de volta ao Brasil e, entre as notícias de um
apagão inexplicável e de um escândalo mais inexplicável ainda
por causa de uma reles minissaia que gerou teses sociológicas,
preferi me ater a essa história do garoto saxofonista que
fazia shows de um minuto no agito das ruas, silenciando os
buzinaços com sua música. Pensei: também é um oásis.

O que não falta por aí são pessoas com vidas desérticas,
pensamentos viciados, gente presa em calabouços e respirando
por aparelhos, sem dedicar um minuto, um minutinho que seja
por dia a criar seu próprio oásis. Os nossos podem ser tão
numerosos como os que encontrei naquelas paisagens
marroquinas em tons de terracota, em que já não se distingue
o que é cor original ou desbotado, uma estética da solidão
que tem sua beleza e força, mas que clama por um pouco de
oxigênio.

As pessoas dizem que a tecnologia, que deveria servir para
agilizar o nosso trabalho e liberar mais tempo para o lazer,
está, ao contrário, produzindo ainda mais trabalho e mais
estresse. A culpa não é da tecnologia, que, pelo que sei,
ainda não tem cérebro, mas de seus usuários, que deveriam
pensar mais em vez de entrarem na paranóia de preencher cada
hora do seu dia com atividades produtivas, ignorando a
produtividade que também há num encontro entre amigos, num
cinema, numa caminhada, na audição de um disco, na meditação,
num final de semana longe da cidade, na leitura de um livro,
num passeio de bicicleta, num namoro, no desprezo à lógica e
no respeito aos acasos. Esses são os verdadeiros oásis, ao
contrário dos oásis fabricados, como, por exemplo,
restaurantes da moda onde não se come bem nem se ouve
ninguém.

O saxofonista no meio da rua nada mais fez do que ofertar a
nossa vida opaca um toque de verde.



Martha Medeiros, O Globo - 22/11/2009









Há pouco caí na tentação e saí de meus estudos pra ler uns e-mails... Recebi essa mensagem maravilhosa do meu amigo Avellar. Se ele é aquele que manda sempre mensagens pra um grupo de pessoas? Sim... É ele mesmo. Não sei onde ele acha tanta coisa boa... Resolvi dividir com vcs essa crônica maravilhosa!
Um ótimo restinho de Novembro pra todo mundo!

UM OÁSIS NO DESERTO


Aconteceu no Rio, pelo que ouvi falar. Um garoto aparentando
ter uns 19 anos resolveu improvisar um pocket show usando
uma esquina da cidade como palco: a cada vez que o semáforo
fechava, ele se posicionava na frente dos carros e tocava
saxofone por um minuto. Aí o sinal abria e ele voltava para
a calçada. Não era malabarismo para garantir uns trocados.
Ele fez isso por... Sei lá, sugira você uma razão: farra,
vaidade, benemerência, esperança de cruzar com um produtor
musical? O que importa é que fez, e o curioso é que assim
que o sinal abria, os motoristas custavam a arrancar seus
carros, perdiam a pressa. Haviam deparado com um pequeno
oásis em meio ao caos.

Cheguei do Marrocos há pouco, como comentei na coluna de
quarta passada. Um país encantador, com uma biodiversidade
de tirar o fôlego. Cruzei a árida cordilheira Atlas,
percorri uma pequena trilha que já fez parte do Paris-Dacar
e cheguei a dormir uma noite num acampamento de tuaregues em
pleno deserto: tudo estupendo, mas seco. Ainda assim,
engolindo areia, fui surpreendida várias vezes por alguns
oásis que quebravam o jejum. Fazia-se uma curva na estrada e
de repente se vislumbrava um conjunto de palmeiras verdes,
tão verdes que pareciam pinceladas à mão. De onde brotavam,
de que solo fértil, de que estúdio cenográfico? Pareciam
miragens.

Aterrissei de volta ao Brasil e, entre as notícias de um
apagão inexplicável e de um escândalo mais inexplicável ainda
por causa de uma reles minissaia que gerou teses sociológicas,
preferi me ater a essa história do garoto saxofonista que
fazia shows de um minuto no agito das ruas, silenciando os
buzinaços com sua música. Pensei: também é um oásis.

O que não falta por aí são pessoas com vidas desérticas,
pensamentos viciados, gente presa em calabouços e respirando
por aparelhos, sem dedicar um minuto, um minutinho que seja
por dia a criar seu próprio oásis. Os nossos podem ser tão
numerosos como os que encontrei naquelas paisagens
marroquinas em tons de terracota, em que já não se distingue
o que é cor original ou desbotado, uma estética da solidão
que tem sua beleza e força, mas que clama por um pouco de
oxigênio.

As pessoas dizem que a tecnologia, que deveria servir para
agilizar o nosso trabalho e liberar mais tempo para o lazer,
está, ao contrário, produzindo ainda mais trabalho e mais
estresse. A culpa não é da tecnologia, que, pelo que sei,
ainda não tem cérebro, mas de seus usuários, que deveriam
pensar mais em vez de entrarem na paranóia de preencher cada
hora do seu dia com atividades produtivas, ignorando a
produtividade que também há num encontro entre amigos, num
cinema, numa caminhada, na audição de um disco, na meditação,
num final de semana longe da cidade, na leitura de um livro,
num passeio de bicicleta, num namoro, no desprezo à lógica e
no respeito aos acasos. Esses são os verdadeiros oásis, ao
contrário dos oásis fabricados, como, por exemplo,
restaurantes da moda onde não se come bem nem se ouve
ninguém.

O saxofonista no meio da rua nada mais fez do que ofertar a
nossa vida opaca um toque de verde.



Martha Medeiros, O Globo - 22/11/2009



sábado, 21 de novembro de 2009


Esta semana superei desafios e fui sozinha para Uberlândia, interior de Minas Gerais. Minha missão? Apresentar um trabalho no Simpósio Nacional de Letras e Linguística, na Universidade Federal da cidade. Que lugar agradável! Lembrou-me Campina Grande... pelo clima, pela simpatia dos moradores, pela calma do lugar. Sentrei saudades!

Encontrei Cordelistas radicados em São Paulo e na cidade de Uberlândia, a quem deixo meu abraço e meus sinceros agradecimentos pelo carinho com o qual fui recebida. Aos companheiros de luta pelo cordel, Vamberto, Varneci, João e os demais, meu abraço e minha certeza de que onde tiver um nordestino, o cordel também estará, ainda que em remotas lembranças!

Aproveito o espaço para agradecer às minhas companheiras de grupo de estudo, Isabela Barros e a Profa. Mônica Nóbrega, ambas do Doutorado da UFPB - João Pessoa, que tanto contribuíram para o amadurecimento do meu trabalho.












su

domingo, 15 de novembro de 2009

Caminhar...




Tenho caminhado com a ajuda de muitos
Com as críticas de alguns
Com o perdão de todos

Nada do que eu faça vai sair de mim
Sem que eu o faça com a mais pura dedicação

Nada que eu faça vai acontecer
Se não colocar minha energia, meu eu para que isso aconteça

Nada sai de mim sem que eu esteja implicada neste fazer
Nada sai de mim, se eu não estiver junto
Nada acontece comigo se não for eu a primeira a levantar

Érica Montenegro - 15/ Novembro 2009